sexta-feira, 28 de janeiro de 2022

Gente com pouca vergonha e os medos da burguesia indígena

 

Henricartoon
 

As eleições antecipadas são daqui a três dias, e não deixa de ser patético o corrupio dos partidos do establishment na caça ao voto, insistindo com os pretensos eleitores hesitantes para irem votar, de preferência nos dois do costume. Quase dizendo: ou vão a bem ou vão a mal. Parece-nos que nas próximas eleições o voto será obrigatório, um pouco à semelhança da vacina contra a covid-19: quem não votar, será fortemente penalizado. As razões desta neurose obsessiva são mais que evidentes.

A abstenção não deixa de assustar porque, se for elevada, é sintoma de que o regime se encontra em estado já avançado de descrédito, e este regime é ainda assim o que reúne melhores condições para que a burguesia vá arrancando a mais elevada taxa de mais-valia, contando com a anuência dos trabalhadores que são explorados.

O outro temor das elites e dos seus homens de mão nos partidos do regime é a hipótese de não sair das eleições de 30 de Janeiro uma maioria na Assembleia da República que permita formar um governo estável e forte. Capaz de impor ao povo português as medidas económicas e políticas suficientes para que se relance o crescimento económico tão desejado; ou seja, retirar o capitalismo nacional da sua situação de crise crónica e em vésperas de entrar em coma.

A ideia das duas maiores organizações partidárias, que mais não são que duas fações de um mesmo partido do regime, de algum dia poderem vir a perder votos de forma significativa talvez seja o principal pavor; não só dos ditos, como da própria burguesia que ainda não possui alternativas credíveis. E será fácil prever que, com o andar da crise e do descrédito deste sistema partidário, estes partidos que surgiram com o 25 de Abril irão desaparecer inapelavelmente.

Ninguém se esqueça que o PS é o partido da Alemanha, criado com os dinheiros da Fundação que tem como nome Friedrich Ebert, o primeiro-ministro social-democrata alemão que mandou assassinar os revolucionários Rosa Luxemburgo e Karl Liebknetcht, e no tempo de Willy Brandt; soube-se agora que este era informador da CIA e recebia até uma mensalidade para bufar. E com uma missão: enfiar Portugal na então CEE.

Terá sido mais a entrada da CEE em Portugal do que o contrário, com o resultado imediato da destruição de grande parte do nosso aparelho produtivo. Processo que iria acontecer mais cedo ou mais tarde, mas que foi acelerado para não se fazer concorrência aos países mais desenvolvidos da Europa, especialmente a Alemanha, a considerada “fábrica” da União Europeia. Depressa passamos de produtores, embora fracos, a consumidores, e o resultado está aí: Portugal possui a 3ª maior dívida pública da União.

A dívida, pública e privada, constitui neste momento o principal problema do país, mas sobre esta questão, os partidos nada dizem. Pressupõe-se que será para pagar, pela simples razão de que é o povo que a paga e é a burguesia que dela beneficia. Isto é, viver com o dinheiro do povo é fácil; no entanto, só irá prolongar a agonia da economia nacional. É nesta perspectiva, e daí o rebuliço dos partidos e dos representantes dos patrões, que se irá gastar os milhares de milhões de euros da ansiada “bazuca”. A nossa burguesia rentista está impaciente e os seus partidos enervam-se com a eventualidade de não virem a receber a percentagem ou a propina devida pela intermediação.

O presidente da CIP – sempre o mesmo e incansável “empresário de sucesso” que herdou uma empresa e a enfiou na falência e os trabalhadores no desemprego e que é bem o símbolo da nossa burguesia compradora e rentista – vem de novo reclamar a Marcelo entendimento entre os dois partidos da governação; e a estes a “coragem” para fazer as “três reformas essenciais”, sendo uma delas reduzir os funcionários públicos para compensar a redução dos impostos aos patrões. E uma das outras, que está implícita naquela, é a privatização de todos os serviços de carácter social que o estado ainda vai prestando. Pela redução dos funcionários públicos, forçosamente que a Saúde, a Educação, a Segurança Social, as Águas, etc. serão entregues aos privados.

Sobre estes assuntos, Saúde, a Educação, a Segurança Social, as Águas, os partidos da governação ocultam o óbvio. Os dois defendem a privatização, a diferenças entre eles consiste somente no modus operandi: o PS vai privatizando aos poucos e disfarçadamente; o PSD vão à bruta e sem disfarces. O mesmo se passa com a desvalorização dos salários, seja dos trabalhadores do estado, seja do privado: o PS, com aumentos abaixo da taxa de inflação, vai baixando o salário real dos trabalhadores e, sem mexer nas tabelas de retenção do IRS, baixa também o salário nominal de algumas franjas dos trabalhadores, o mesmo acontecendo com os pensionistas; o PSD vai logo para a retirada dos subsídios, como aconteceu no governo de má memória de Passos/Porta. Um pratica a política da cenoura, o outro a política do cacete; fazem lembrar o pide bom e o pide mau do tempo do fascismo.

Os candidatos ao pote desmultiplicam-se em declarações e cambalhotas, prometendo o que sabem de antemão que não irão cumprir, apagando da memória promessas semelhantes feitas no passado e que logo no dia seguinte ao apuramento dos votos se esqueceram, para aplicar na prática as políticas impostas por Bruxelas, cujo objectivo principal consiste em resolver a crise económica e financeira da Alemanha e dos principais países do centro à custa dos países da periferia e menos desenvolvidos. A manutenção de Portugal como consumidor e capacho da Europa é para continuar.

E tanto o PS como o PSD estão firmemente dispostos a continuar a desempenhar o papel que sempre cumpriram até agora - e já lá vão 47 anos, quase tanto como o regime fascista! - e para não desmerecerem a confiança estão dispostos a tudo, dando o dito pelo dito sempre que necessário. Rio diz que nunca foi contra o aumento do salário mínimo; no entanto, é fácil apanhar a mentira, basta procurar declarações feitas ainda num passado recente em que se ouve dizer que o aumento do reles salário iria fazer perder competitividade às empresas nacionais e aumentar o desemprego.

Costa vai escondendo o mal que tem feito, querendo apresenta-lo como uma grande obra, mais concretamente, o SNS e a gestão da pandemia – esta, outro assunto que os outros partidos não questionam e nem sequer mencionam -, não explicando por que carga de água o SNS fechou praticamente para as outras patologias, provocando mais mortes por excesso e mais listas de espera para todos os cuidados de saúde em geral. E, uma questão incontornável, quantos dos 3500 lares ilegais, encontrados no início da pandemia, foram encerrados e substituídos por lares da rede pública que deveria existir, mas que não existe sequer? Para além dos ataques às liberdades e direitos dos cidadãos a pretexto do combate à pandemia.

Costa quer, agora após conhecer que as sondagens (feitas à medida) que o colocam longe da maioria absoluta, apagar a arrogância manifestada no início da campanha e vem de novo dar uma de abrangência e de conciliação. Para dizer-se: entradas de leão, saídas de sendeiro! Mas mais oportunistas ainda são o PCP e o BE que foram usados na discussão do OE-2022, na medida em que o próprio Costa era o menos interessado que fosse aprovado, para depois terem sido responsabilizados pelo insucesso e para de imediato, durante os debates, Jerónimo e Catarina serem humilhados e achincalhados, por uma personagem que do caracter e da hombridade não se pode orgulhar. A ânsia de enfiar a mão no pote revela bem a falta de vergonha de toda esta gente. São bem a imagem do regime democrático burguês saído do 25 de Abril.

Soube-se há pouco, e sem surpresa para ninguém, que “Portugal (está) estagnado no índice de percepção da corrupção”. E terá sido a “pandemia de covid-19” o pretexto para os governos (burgueses e capitalistas) de todo o mundo abrandarem o combate à corrupção, segundo a Transparência Internacional. Como se pode constatar, a “pandemia” serve de pretexto para tudo e mais um par de botas. Serve para explicar a crise económica e o seu agravamento nos últimos anos, serve para justificar a política de recapitalização das empresas falidas (não são apenas os bancos como aconteceu em 2008 com os subprimes), serve para desculpar a degradação acelerada do SNS, irá servir para justificar a elevada inflação que se avizinha e perdoar as medidas celeradas de austeridade a redobrar que a burguesia se prepara para lançar sobre os trabalhadores e o povo. E para encobrir a natureza intrinsecamente corrupta da nossa classe dirigente.

Os tempos mais próximos, como não nos cansamos de alertar, vão ser de guerras, de combates ferozes e decisivos entre o capital e o trabalho e que revestirão particular intensidade em Portugal, visto que nos encontramos em posição de subjugação em relação ao imperialismo germânico, por sua vez, uma filial do imperialismo americano que, por sua vez, não se cansa de preparar e eventualmente desencadear em breve a guerra. A guerra inter-imperialista, se acontecer, irá inevitavelmente desencadear a revolução proletária e comunista, que desta vez irá acontecer não somente num ou dois países, mas pelo mundo fora

Votar, se querem votar, votem nos partidos que não estão na Assembleia da República. Se não têm a certeza, então não votem. Por vezes, vale mais estar quieto do que fazer asneira. 47 anos é tempo mais que suficiente para aprendermos alguma coisa!

27 de Janeiro 2022

terça-feira, 11 de janeiro de 2022

Eleições em tempo de cólera

 

Pawel Kuczynski

 Ainda muito antes do início do período legal para a campanha eleitoral, os principais partidos do establishment já tinham em marcha as suas máquinas de propaganda. O PS, com a discussão do OE em curso e sendo governo, preparava-se claramente para o chumbo do dito, porque já se encontrava em estado avançado de campanha, apresentando-se como o único capaz de conduzir a recuperação económica do país. Costa, beneficiando da cumplicidade do PR Marcelo, lançou o barro à parede para eleições antecipadas e assim ganhar a maioria absoluta. Ambos intrigavam contra aquilo que propunham defender, a estabilidade política. Falta saber qual dos dois é o lacrau da fábula.

Estas eleições para a Assembleia da República serão as menos democráticas de todas as que se realizaram desde o 25 de Abril. A campanha está a ser feita quase exclusivamente nas televisões, previamente compradas pela publicidade covid institucional (15 milhões de euros), através de debates entre os partidos com assento no Parlamento; todos os restantes ficaram de fora. O pretexto é a situação pandémica do país. Como se pode ver, a “pandemia” dá para tudo e mais um par de botas.

Nos putativos debates televisivos, assistimos a muita conversa, mas a pouco ou nada quanto ao que os partidos pensam para a resolução dos problemas dos cidadãos, ficando-se todos eles pelo ataque ou pelo namoro consoante a cor. Passam o tempo a mandar, como se diz, umas “bocas”. O principal da propaganda fica para depois, a cargo dos jornalistas que comentam e dizem da intenção do candidato que lhes é simpático ou melhor lhes paga. Os partidos são apagados pela figura do chefe que, por sua vez, é apresentado como o “candidato” a primeiro-ministro. As eleições já não são para deputados à Assembleia da Republica. Assistimos à presidencialização do regime.

A manipulação é de tal ordem que já houve um jornal diário que abriu uma votação on-line para o “candidato que tem melhor desempenho” no debate televisivo, podendo concluir-se que o mais votado até será o melhor futuro primeiro-ministro. Ou seja, uma votação antecipada nos media. É o que temos. Vendem-nos sabonetes! O jornal em causa pertence ao grupo Global Media, sendo um dos seus acionistas um capitalista emergente que enriqueceu à custa do trabalho precário (escravo), e cujo gestor e jornalista ainda há pouco perorava na RTP3 sobre a possível transferência dos votos do PS para o PSD até ao dia 30 de Janeiro. Os media apostam em Rio.

A par da maior parte da imprensa mainstream, uma fatia significativa da nossa burguesia aposta mais num PSD revestido de social-democracia do que propriamente num PS, apesar de este se manifestar disposto, caso obtenha a tão almejada maioria absoluta, a usar o cacete, e não a cenoura como tem feito até agora. Para impor as medidas consideradas necessárias, seja por Bruxelas ou pelos rentistas nacionais, a fim de retirar a economia nacional (capitalista) da profunda crise e estagnação onde se encontra, não de agora, mas de quando se aderiu ao euro. O marco alemão disfarçado foi um dos instrumentos mais importantes para nos empobrecer enquanto os países do centro da Europa foram enriquecendo.

O PS tenta agradar a gregos e a troianos, como tem sido seu apanágio, a uns mostra a sua docilidade e sabujice, a outros tenta de novo a ilusão. Aos primeiros, diz que "está em condições" de garantir estabilidade; aos segundos, promete mundos e fundos, como não tivesse estado nos últimos seis anos no governo. Vai desde os “ajustamentos” no IRS e IRC para “estimular melhoria dos salários” e “médico de família para todos” à “dívida abaixo de 110% e mais 20% de rendimento médio do trabalho”. Concorrendo na demagogia com o parceiro Rui Rio, que, por sua vez, esquecendo o passado de mentiras dos seus antecessores do partido, igualmente promete o leite e o mel, desde a “subida do salário médio” e de “não aumento dos impostos”, por exemplo, ao IVA que poderá descer em algumas situações, embora provisoriamente. Claro que, só acredita quem quer, tal é o curriculum das mentiras dos dois principais partidos do regime.

Estes arremedos de debates têm o condão de mostrar a desfaçatez e falta de vergonha dos participantes que pouco ou nada dizem das suas verdadeiras intenções, somente nos dão indicação dos acordos e conúbios a que estão dispostos a fazer depois de empalmado o votos dos cidadãos incautos. Enquanto Rio confirma o amor ao chefe do CDS e simultaneamente amacia o trauliteiro que foi até há pouco seu companheiro de partido, um gelatinoso Rui Tavares propõe uma "eco-geringonça" que una Livre, PS, PAN e PEV (a chefe do PAN já jurou fidelidade ao PS). Mais esbatidos, um Jerónimo e uma Catarina vão carpindo as lágrimas de corno manso pela ingratidão de Costa que neles já não confia. O chefe do PCP foi humilhado por Costa como nenhum outro dirigente político alguma vez o foi; a chefe do BE não sabe bem ao que deve agarrar-se, sendo quase certo que verá o partido sofrer uma das maiores derrotas da sua história, não por ter votado contra os dois últimos orçamentos, mas pelo oportunismo político e ideológico. A funalização dos partidos do establishment representa não só a decadência dos mesmos como a putrefação do regime por eles defendido.

Quando um António Saraiva, presidente da CIP (ex-militante do PS na Lisnave, para quem não saiba) e que enfiou na falência a empresa que herdou, lançando no desemprego os seus trabalhadores, reafirma que o "partido mais votado deve formar governo e o segundo apoiá-lo", é porque a situação económica está feia e não se compadece com demoras nem com tricas partidárias. E os números não enganam: a inflação homóloga na Zona Euro atinge novo recorde de 5% em Dezembro de 2021; os portugueses poderão pagar mais 181 euros pela energia entre 2021 e 2022; os preços dos alimentos no primeiro dia do ano, com o pão a aumentar entre os 17 e os 33%, e que poderão aumentar ainda mais este ano, já que, segundo a FAO, os preços dos alimentos subiram 28% em 2021 a nível mundial devido, segundo diz, “às disrupções nas cadeias de abastecimento”, mas que será mais às contradições e crise da economia capitalista.

Estas eleições estão a realizar-se em tempos conturbados, apesar de encobertos por um manto de paz podre; tempos de empobrecimento acelerado das camadas proletárias mais pobres, mas também de ruína irreversível das ditas “classes médias”; ou seja, a pequena burguesia que se encontra apavorada com a crise económica sem saída aparente, pressentindo que o seu fim se aproxima como classe intermédia da sociedade burguesa e capitalista. Não é só a inflação que será galopante e não será tão passageira como alguns economistas do regime pretendem fazer crer, apesar do Banco BiG prever a manutenção da "inflação elevada" em 2022, mas sobretudo a destruição das empresas e dos empregos respectivos, mesmo com os apoios perderam-se 12900 empresas em 2021, e o desemprego vai disparando, desmontando os números oficiais martelados sobre a situação dos trabalhadores: 3000 trabalhadores da TAP foram despedidos, assim como 1500 na Banca e no sector industrial os números são mais esparsos mas não menos importantes: Fábrica de camisas de Mangualde encerra e deixa 67 pessoas no desemprego.

Costa faz acrobacias para agradar aos patrões, embora pareça querer comprar os trabalhadores: “Programa do PS abre a porta às "semanas de quatro dias" e a salário mínimo de 900 euros”. Os patrões até nem dizem que não e os sindicatos concordam que não é prioridade por enquanto. A ideia de pôr os trabalhadores a trabalhar menos dias não quer dizer que vão trabalhar menos horas. Serão as mesmas só que em menos dias, isto é, com maiores jornadas de trabalho. O que permitirá deixar mais tempo para que os trabalhadores que, pressionados pelos baixos salários, irão procurar um segundo ou um terceiro emprego para equilibrar as contas ao fim do mês, para assim poderem manter o mesmo nível de vida, como acontece em economias capitalistas mais fortes, por exemplo, EUA. Será mais horas e ritmos mais intensos de trabalho, e salários reais mais baixos. Será, em suma, mais exploração, como agora se vê na TAP, com menos trabalhadores, uns foram despedidos, outros com baixa devido à covid e outras doenças, levando a que administração esteja a impor (“convidar”) aos tripulantes que ocupem função de comissário de bordo. Será para este tipo de recuperação económica que Costa promete um Governo tipo "task-force".

Ninguém espere melhores tempos com esta economia baseada no lucro e na ganância, que a taxa de inflação fique este ano pelos modestos números apresentados pelo governo, basta olhar para o aumento dos custos de construção de habitação nova, mais 8,5% em Novembro, nem para as pretensas boas intenções do PS que, com o Parlamento dissolvido, não teve pejo em enfiar mais dinheiro no Novo Banco. Em 2021 recebeu mais 429 milhões de euros do Fundo de Resolução, e à revelia do Parlamento tentou vender dívida (121 milhões) do construtor civil José Guilherme com um desconto de 97%. O PS, no governo, será sempre o agente do grande capital e da corrupção. Esta bem exemplificada na monarquia instituída nas suas fileiras, um bom exemplo entre outros: Francisco César é candidato do Partido Socialista ao Parlamento e, caso seja eleito, irá suceder ao pai, Carlos César, que através do partido terá arranjado emprego para a família. E não deixando por mãos alheias os pergaminhos da hipocrisia: PS pretende “construir ou modernizar” 100 unidades de cuidados de saúde primário, mas simultaneamente o Hospital de Serpa encerra urgências durante o período nocturno. Não deixa de ser simbólico.

O medo de que os portugueses, na sua maioria, fiquem em casa no próximo dia 30, supera o medo que Costa tenta induzir quanto ao perigo da pandemia covid-19 através das medidas que nunca deixou de impor, desde os confinamentos ao passe sanitário, a pretexto da dita, mas com outros fins. Costa, aproveitando este medo induzido pela propaganda covidística, quer surgir como o salvador da Pátria aos olhos dos portugueses e sacar-lhes o voto para uma maioria absoluta, só que o tiro poderá sair-lhe pela culatra. E, diga-se em abono da verdade, outra coisa não merece, e se por acaso perder as eleições, só poderá queixar-se do seu exacerbado oportunismo. É de igual modo por oportunismo se se vier a arranjar algum “retoque legislativo” para facilitar votação, como aventou o PR Marcelo; observação logo corroborada pela CNE que esclareceu que não há forma de impedir cidadãos infectados, ou confinados sem doença, de “irem votar nem como retirar o seu nome dos cadernos eleitorais”. A burguesia é sempre a primeira a não respeitar as suas leis quando isso lhe interessa e, assim, ficaremos esclarecidos quanto à natureza do seu putativo “estado de direito” e da sua “democracia”... e, já agora, quanto à gravidade da “pandemia” da covid-19. Com papas e bolos se enganam os tolos, actualizando, poderá dizer-se: com votos e pandemias se enganam os incautos. Mas nada é para sempre.

O PR Marcelo quer Governo para 4 anos e que "recupere confiança perdida". Nem o governo que sair destas eleições será para quatro anos, nem o povo irá confiar mais nesta camarilha corrupta e neste regime em estado avançado de apodrecimento.

Os Bárbaros
09 de Janeiro 2022