quarta-feira, 26 de agosto de 2020

O fascismo vem aí!

 

Cartun de Pedro Vieira (no facebook)

Não há nada mais parecido a um fascista do que um burguês assustado.” (Brecht)

Com a promoção do partido de extrema-direita “Chega” e do seu chefe e a continuação de se encher os noticiários televisivos com a Covid-19 e respectiva pseudo grande letalidade, vai-se entretendo a atenção do povo português, enquanto sorrateiramente se vão aplicando medidas que irão agravar as condições de vida dos trabalhadores: mais desemprego, mais precariedade e salários mais baixos. No entanto, o Costa sorridente e muito senhor de si, aparentemente, vai deixando esperança no que concerne ao aumento do salário mínimo que, a acontecer, será com contrapartidas gravosas que em nada irão beneficiar os trabalhadores, bem pelo contrário, irão diminuir o poder de compra de quem vende a sua força de trabalho para, simultaneamente, aumentar os lucros dos patrões, agora designados “empresários de sucesso”. O espantalho do fascismo poderá ser útil caso os trabalhadores resolvam revoltar-se, porque será o argumento de não há alternativa: ou aceitam ou será bem pior, porque virá aí o fascismo! Na mesma linha do que irá acontecer nas presidenciais do ano que vem: ou votam no candidato certo, que será o Marcelo, ou será eleito o neo-nazi Ventura! O fascismo será como uma espécie de espantalho que se usa para assustar as criancinhas quando não querem comer a sopa. Quem o agita, é o PS e o Costa. No entanto, diga-se em abono da verdade, e é a História que o confirma, o PS, para além de bombeiro da contestação social, tem servido de passadeira para qualquer experiência bonapartista ou fascista declarada.

Não devemos perder de vista a floresta quando se observa a árvore, e sob o manto da contestação social e da resposta que as elites dão a essa realidade encontra-se sempre a economia capitalista e a sua crise profunda e crónica. Em Portugal, a principal actividade económica nos últimos anos tem sido o turismo, um turismo de pé rapado, dirigido predominantemente para o estrangeiro; com a Covid-19 e com a crise latente do capitalismo, e principalmente devido a esta, a actividade decaiu em cerca de 70% e que, no final do ano, nunca será inferior a 40%, segundo estimativa feita pela Oxford Economics. Não é por acaso que o maior índice do aumento do desemprego se tenha registado no Algarve, chegando aos 232% em final do mês de Julho. Deve-se dizer que até a esta data o desemprego, incluindo os “inactivos disponíveis”, ultrapassa bem os 10% da população activa, ou seja, 636.200 trabalhadores, mas com o governo do PS/Costa e o INE a esconder mais de 160 mil desempregados, querendo dar a entender que o desemprego até terá diminuído em Portugal, durante este período de confinamento e de encerramento parcial da economia, o que não lembra ao Diabo! Deve-se ter presente que só um terço desses mais de 600 mil desempregados é que recebe subsídio de desemprego, num valor médio de 504,70 euros.

Costa quer receitar bom remédio, no seu fraco e oportunista entendimento, para a doença do desemprego, que em capitalismo é um mal crónico do qual os capitalistas tentam tirar proveito com o abaixamento dos salários nominais: os trabalhadores excedentários do turismo poderão ir trabalhar para os lares de idosos, de preferência para as IPSS da ICAR; e os trabalhadores imigrantes poderão ir para o campo na prevenção dos incêndios florestais, já que a formação daqueles trabalhadores até será condizente com as tarefas que irão desempenhar. Claro que os patrões da hotelaria e da restauração não gostaram da ideia, atendendo que os apoios directos do Estado serão mais simpáticos e, tendo em fila de espera muitos desempregados, também poderão pagar salários ainda mais miseráveis; e se podem ganhar nos dois carrinhos, por que então ganhar em apenas um? Como, de igual modo, os patrões não estão particularmente agradados com o novo sistema de apoios que veio substituir o lay-off simplificado, porque, dizem eles, irá “aumentar os encargos” e “retirar flexibilidade à mão-de-obra”, ameaçando que se traduzirá em breve por “apressar as falências” e “abrir a porta ao desemprego”. Não deixa de ser enternecedor ouvir os patrões manifestar a sua sentida preocupação com o desemprego quando tentam chantagear o governo e os próprios trabalhadores. E o mesmo se passa com um Marcelo, o rei-presidente, quando se mostrou desagradado com a substituição do lay-off simplificado que deveria vigorar até ao final do ano.

Neste “apoio à retoma progressiva” da economia, apenas as empresas com quebras de pelo menos 40% podem reduzir os horários de trabalho, mas já não suspender os horários, entre outras coisas, e o governo promete exercer uma maior fiscalização para evitar a fraude. Ora, toda a gente sabe que existe uma percentagem significativa de patrões para quem a fraude é uma especialidade, e desde o início do lay-off simplificado que foram conhecidos vários casos de empresas que receberam os apoios, como se os trabalhadores estivessem em casa e a receber os 66% do salário, mas obrigando-os a trabalhar, mantendo a redução do salário, ganhando assim de duas maneiras; e empresas que foram denunciadas pelos próprios trabalhadores que passaram a subfacturar para mostrar que teria havido uma quebra real nas vendas, beneficiando também duplamente. O que irá acontecer agora é que as fraudes serão mais sofisticadas, mas igualmente possíveis, para mais com um governo que promove a fraude e a corrupção. Casos mais recentes de corrupção governamental: o Novo Banco vendeu em Outubro uma seguradora com desconto de quase 70% a fundos geridos pela Apax, operação que gerou uma perda de 268,2 milhões de euros e foi compensada com verba do Fundo de Resolução; o governo autorizou a Força Aérea Portuguesa a adquirir 12 sistemas de aeronaves não tripuladas para vigilância e prevenção dos incêndios florestais, por um montante de 4,5 milhões de euros, e que deveriam estar operacionais a partir de 1 de Julho, mas, passado este tempo, nenhuma ainda está a funcionar; as obras de reabilitação do antigo Hospital Militar de Belém, cujo custo inicial deveria ficar pelos 750 mil euros, já vão em 2.598.964,46 euros, num contrato, tal como o dos drones, foi estabelecido por ajuste directo.

Esconder a taxa do desemprego, caucionar a baixa drástica dos salários dos trabalhadores, especialmente dos menos especializados e por isso já pior remunerados, continuar a dar benesses aos patrões sem contrapartidas em melhores salários e melhores empregos, fomentar a precariedade e a imigração ilegal, que por sua vez rebaixa o custo do trabalho, mandar os trabalhadores desempregados para piores empregos para benefício da Igreja Católica (ICAR) a fim de garantir o voto dos beatos, significa dar campo fértil aos populismos, aos Chegas e aos Venturas que, através da demagogia, apenas cumprem a tarefa que lhes foi incubida de assalto ao pote do Orçamento de Estado, para enriquecimento fácil e rápido de uma burguesia emergente e gananciosa, esperando a tropa de choque receber o quinhão prometido; ou seja, nada de diferente do que já foi feito pelos partidos do arco governamental do bloco central de interesses durante estes mais de 40 anos de democracia parlamentar burguesa. A diferença entre uns e outros, os democratas de pacotilha e os fascistas assumidos, está em que os últimos estão com pressa e não têm pudor de dizer em voz alta e em público o que os primeiros dizem para com os botões ou em conversa privada, vulgo" voz off".

Historicamente tem sido os PS's quem têm aplainado o caminho para a ascensão do fascismo: foi na Alemanha com a República de Weimar, que não se coibiu de exercer a repressão sobre os trabalhadores e ao assassínio dos seus dirigentes; foi em Portugal com a I República que se sobressaiu na repressão do movimento operário e com o degredo dos seus dirigentes para as antigas colónias. E, agora, o PS se ainda não exercitou a repressão pura e dura sobre os trabalhadores é porque ainda não houve razão forte para tal, ainda vai funcionando a mentira e o engano, graças em grande parte à acção da agora denominada “informação estratégica” (eufemismo de propaganda), paga por 15 milhões de euros, mas oportunidade não tardará quando os efeitos da crise se tornarem iniludíveis, coisa que irá acontecer para o ano de 2021. E o governo PS/Costa prepara-se para o enfrentamento, depois de ter nomeado para o comando da PSP um "expert" do cacete, já começou a pagar às forças de segurança os 28,5 milhões de euros, divididos em duas tranches, referentes a retroactivos de suplementos em atraso, e vai fazendo vista grossa às atitudes de arrogância do comando da PSP, que, comportando-se como órgão autónomo e sem estar subordinado ao governo, não hesitou em ameaçar um jornal e um cartunista com procedimento criminal por um simples desenho em que se questionava a isenção de alguns elementos daquela polícia, com a alegação de "considerar que os factos referidos ofendem a credibilidade, o prestígio e a confiança devidos à instituição", sabendo-se desde há muito que as forças policiais estão enxameadas de elementos neo-nazis, no que se considera uma operação coordenada e intencional de garantir uma força leal na defesa do establishment, já que as forças armadas, como se viu no 25 de Abril, nem sempre são de confiança.

Se elementos das forças policiais, bem como indivíduos pertencentes a claques do futebol, nomeadamente e ao que parece, a do Sporting do banqueiro Espírito Santo Silva Ricciardi, que não nutre grande apreço por deputadas mais desbocadas, ou marginais e sem profissão visível, são os actuais jagunços, a cuja actuação a PSP vai fazendo vista grossa, como aconteceu recentemente na provocação junto à sede do SOS Racismo, perante a passividade do governo do Costa; os dirigentes do PS, alguns deles, vão mostrando aos poucos o que são, na realidade, e ao que andam. O soba dos Açores, querendo imitar o ex-soba da Madeira agora aposentado, entendeu desrespeitar a Constituição da República ao decretar no seu domínio a quarentena obrigatória (uma prisão disfarçada) aos recém chegados, e perante a decisão da Justiça de ilegalidade da medida, vociferou em público sobre o regime, exigindo a alteração da lei por entender que “o actual quadro legal é insuficiente”. Mas não são só dirigentes de topo do partido do governo que arrotam por fascisação do estado e da sociedade; um ente menor, mais precisamente, o presidente da Junta de Freguesia de São Pedro, Figueira da Foz, apelidou de tolos e ignorantes os autores de uma petição, utilizando, num ofício em papel timbrado, uma citação atribuída ao ditador fascista italiano Benito Mussolini: "o silêncio é a única resposta que devemos dar aos tolos. Porque onde a ignorância fala, a inteligência não dá palpites" (da imprensa) . Sublinhe-se, perante o silêncio ensurdecedor do partido e do chefe Costa. Não nos devemos surpreender com a arrogância e impunidade de tais figurões, que vão enriquecendo à custa do erário público, seres insignificantes mas que não demoram a revelar a verdadeira natureza quando surge oportunidade, confirmando o velho aforismo: queres conhecer um vilão, coloca-lhe um pau na mão! No caso, o PS e ao serviço da burguesia e do capitalismo.

O PS continua na sua estratégia do medo: tenham medo, muito medo, porque senão... vem aí o fascismo! Não conta, contudo, com uma realidade, já repetida e vista diversas vezes, é que se trata de uma luta de classes e quando a classe operária se prepara para a luta, os campos extremam-se; o quer dizer, quando a Revolução Comunista avança, a burguesia estremece de medo e, intensificando a contra-revolução, tenta esconjurar o velho fantasma que tanto a atormenta.

quarta-feira, 5 de agosto de 2020

A estratégia do medo e a “quebra histórica” do PIB


"Prayer", 1930 - Man Ray (1890-1976)

Parece que estamos numa de acontecimentos “históricos”, foi o “acordo histórico” que vai hipotecar o país em mais 61 mil milhões de euros, entre empréstimos e falsos "fundos perdidos", e agora é a “quebra histórica” do PIB nacional, menos 14,1% no 2º trimestre, quando comparado com 1º trimestre do ano, ou menos 16,5%, quando comparado com o trimestre homólogo de 2019. Valor superior à média europeia dos países cujos números são já conhecidos (Alemanha menos 10%).Trocado por miúdos, ou por euros, significa que houve menos 8.760 milhões de euros de riqueza criada, segundo as estatísticas oficiais, e menos 3.200 milhões de euros de remunerações não recebidas pelos trabalhadores. Trocando de novo por miúdos, os trabalhadores portugueses empobreceram, em termos nominais, mais um tanto, houve pequenos patrões que terão ficado com a corda ao pescoço e haverá grandes patrões e capitalistas que terão aumentado o património e as contas bancárias, tudo graças às ajudas do estado com o pretexto do combate à covid-19.

Contudo, faz parte da contabilidade um aumento de 2137 mortes (+26%) no mês de Julho (10.390 pessoas) em relação ao mês de Julho do ano passado, o maior número desde há 12 anos, e das quais só 159 (1,5%) foram devidas ao SARS-CoV-02: o governo atribui a causa do excesso de mortalidade ao “calor extremo”, à semelhança dos incêndios (este ano já morreram 3 bombeiros, 229 em 40 anos!), alguns especialistas já referem “efeito secundário do confinamento” e a Ordem dos Médicos já aponta o facto dos doentes que “ficaram para trás” por não atendimento pelo SNS, por se encontrar concentrado no tratamento dos dentes infectados pelo coronavírus. Fica-se com a ideia de que um dos objectivos do afunilamento do SNS no ataque à pandemia seria empurrar os doentes com outras patologias para o sector privado, só que a estratégia falhou e aquele também se queixa da diminuição do negócio, ao que parece, menos metade das consultas de urgências. O confinamento mostrou que como estratégia de impedir a propagação da pandemia agravou a crise económica já existente e terá lançado o país num plano inclinado cujo fim ninguém consegue vislumbrar, nem rezando a todos os santos padroeiros do país católico nem a Nossa Senhora de Fátima, equiparada pelo Vaticano, numa clara afronta à Teologia, a Deus no que concerne à capacidade de fazer milagres.

O Verão de 2020 vai a meio, os incêndios vão de vento em popa, a época deste ano parece ser profícua, muitos ditos empresários verão os negócios florescer, que o digam os patrocinadores políticos e financiadores do neo-nazi Chega, por exemplo, o oligarca João Maria Bravo, dono da empresa Helibravo, fornecedora de helicópteros de combate aos incêndios, e milionário do armamento, ganhando muitos milhões de euros pelo fornecimento de armas às polícias e forças armadas, um dos tais que defende “menos estado” para ficar com mais estado só para ele. Dentro da mesma filosofia ficamos a saber que o Novo Banco vendeu mais de 13 mil imóveis, avaliados em 631 milhões de euros, a um fundo anónimo sediado nas ilhas Caimão, por 364 milhões, a quem emprestou dinheiro, registando prejuízos de 267 milhões de euros, dinheiro que saiu do Fundo de Resolução, em grande parte financiado pelo estado, ou seja, pelos contribuintes portugueses. E não chegando isso, o dito Novo Banco, tão mau que o outro, pensa pedir mais 176 milhões de euros ao benemérito Fundo de Resolução par fazer face aos prejuízos (555 milhões de euros no 1º semestre de 2020), um rega-bofe que continua até não se sabe quando. Fácil de ver que o dinheiro que aí vem, 6,4 mil milhões por ano nos próximos 10 anos, será para esta gente e para estes negócios, tal como os milhões que entraram nos bolsos de alguém, não no país que trabalha, em anos anteriores (entre 1994-1999 foi de 4,6 mil milhões, entre 2000-2006 de 4,9 mil milhões e entre 2007-2013 foi de 4,5 mil milhões).

A propaganda estonteante por parte dos principais órgãos de informação, entenda-se de “propaganda”, seguindo a agenda governamental, sobre as mortes por covid-19 e a propagação da pandemia, lançou entre grande parte da população o medo, o medo excessivo e irracional, o pânico do sair à rua e do contacto social, impondo o isolamento, para melhor aplicar as medidas económicas de austeridade redobrada, embora com o primeiro-ministro Costa a propalar o contrário. Estratégia que parece ter resultado pelo menos até agora, mas irá ter efeito perverso de despoletar a revolta popular, um dia destes,e uma revolta também a dobrar. E os números do desemprego estão aí: mais 109.600 desempregados, a somar aos já existentes, segundo os números oficiais, e aos 305.000 “inactivos indisponíveis”, perfazendo os 636.200 trabalhadores desempregados em final do mês de Junho. Mais desemprego, menos salário e mais impostos sobre os trabalhadores assalariados, que serão mais que certos se os patrões levarem a avante a campanha em curso de diminuição dos impostos que ainda pagam, embora falem sempre da abstracta “classe média”, estarão então reunidos todos os ingredientes para a revolução. E é o medo da revolução e do povo encolerizado que faz a burguesia e o seu governo de turno a usar a mentira e infundir o medo que eles próprios sentem.

É na prossecução da política do medo que toda a imprensa do regime vai promovendo um partido fascista, com o seu líder já em plena campanha para as eleições presidenciais, numa estratégia usada noutros países, em França tem resultado com a Frente Nacional, que se resume em dizer aos trabalhadores ou vocês votam no candidato certo do regime, no caso será Marcelo, que já não será um fascista reciclado porque haverá um pior, ou vem aí o fascismo. Ou seja, segundo esta teoria do regime de nunca há alternativa, mas para quem trabalha há sempre a alternativa do socialismo e do comunismo, pela revolução comunista, só que em relação a esta nenhum órgão de propaganda do regime está interessado em propagandear. Usa-se a mentira e a manipulação, sempre com o mesmo objectivo de intimidar e dar a entender que não há outra via: é com o assassínio do actor negro por um racista retornado das colónias, que só passado algum tempo é que foi identificado por um dos jornais de referência, nunca se lhe viu bem o rosto e nem o que fazia em Portugal depois de regressado de Angola, chegando a ser promovido a enfermeiro e aumentada a idade em mais meia-dúzia de anos para a desculpabilização, enquanto se praticava o assassinato de carácter da vítima pelo simples facto de ser negra; é empolar uma manifestação da extrema-direita, que não terá tido mais do que uma centena e meia de participantes, tal como já acontecera anteriormente, e onde se pôde constatar que na sua maioria ou eram retornados ou polícias à civil.

Pode parecer que não tem ligação à política do medo, mas tem, a atribuição da culpa pelo acidente ferroviário do comboio alfa-pendular, na Linha do Norte, aos dois trabalhadores que morreram por não terem eventualmente respeitado o sinal vermelho, trabalhadores que agora não poderão defender-se e dar a sua versão dos factos, e não aos critérios economicistas do governo de não dotar os Veículos de Conservação de Catenária (VCC) do sistema de controlo automático de velocidade (CONVEL); uma das expressões da falta gritante de investimento na ferrovia nacional (as famigeradas cativações do Centeno). Não só uma atitude economicista mas, sobretudo, de desprezo pela segurança e vida dos trabalhadores, e somando-se às mortes em excesso verificadas durante o tempo do confinamento, fácil será concluir que o governo PS é um governo assassino, porque, em última estância, é o responsável político pelo que tem acontecido. É o mesmo desprezo manifestado pela ministra da Cultura, Graça Fonseca, que, quando confrontada com o facto de haver pessoas da cultura a passar fome, convidou os jornalistas para o “drink de fim de tarde”, fazendo lembrar a Antonieta, mais tarde guilhotinada, quando mandou comer brioches ao povo faminto de Paris quando reivindicava o pão. “Em Angola, matei vários como este”, declarou calmamente o homicida do ator Bruno Candé Marques, que não se mostrou arrependido perante as autoridades. O ex-auxiliar de enfermagem reformado, de seu nome Evaristo Marinho, matou com quatro tiros, logo quatro, porque com raiva e para não haver dúvidas quanto ao resultado, usando uma pistola ilegal, roubada à PSP. Qual a diferença entre um e outro, só se for no modus operandi?