Por Chris Hedges
Ainda não sabemos o motivo do assassinato do
CEO da UnitedHealthcare, Brian Thompson. Mas não me surpreenderia se o
assassino perseguisse Thompson porque a UnitedHealthcare negou a cobertura
médica, ou forçou uma família ou um indivíduo à falência, depois de a empresa
não ter conseguido cobrir uma doença grave. As seguradoras rejeitam cerca de 1
em cada 7 pedidos de tratamento, decidindo muitas vezes que o tratamento não é
“medicamente necessário”.
Entre as 10 nações de rendimento elevado, os
Estados Unidos são os que mais gastam em cuidados de saúde, mas apresentam os
piores resultados em termos de saúde. Os americanos morrem quatro anos antes
dos seus congéneres de outras nações industrializadas.
Há mais de 200 milhões de americanos que
dependem de seguros de saúde privados, mas quando ficam gravemente doentes, são
frequentemente postos de lado, ficando com contas médicas incapacitantes e
incapazes de receber tratamento adequado. As contas médicas exorbitantes são
responsáveis por cerca de 40% das falências. Muitos dos que foram levados à falência por
causa das contas médicas tinham seguro médico.
As receitas das seis maiores seguradoras –
Anthem, Centene, Cigna, AVS/Aetna, Humana e UnitedHealth – mais do que
quadruplicaram desde 2010, para 1,1 biliões de dólares. As receitas combinadas
das três maiores – United, CVS/Aetna e Cigna – quintuplicaram.
Estas empresas, em termos morais, estão
legalmente autorizadas a manter crianças doentes como reféns enquanto os seus
pais vão à falência para salvar os seus filhos ou filhas. É indiscutível que
muitos morrem, pelo menos prematuramente, devido a estas políticas.
Nada absolve o assassino de Thompson, mas nada
absolve aqueles que dirigem empresas de cuidados de saúde com fins lucrativos
que adoptam um modelo de negócio que destrói e extermina vidas em nome do
lucro.
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