domingo, 28 de junho de 2020

Portugal caixote do lixo da Europa governado pela corrupção


A pandemia provocada pelo “novo coronavírus” teve ao menos uma vantagem, destapou, mostrando ao vivo, a crise já em estado avançado em que se encontrava o capitalismo nacional, bem como a nível global, e as verdadeiras motivações e a natureza da classe política que nos desgoverna, a nós, povo que trabalha. Os recentes acontecimentos não deixam dúvidas quanto ao que faz mover os políticos do establishment, a ânsia do enriquecimento pessoal e de agradarem à classe dos amos que servem, proporcionando-lhe o aumento em progressão geométrica dos lucros, ou seja, a acumulação e simultânea concentração do capital.

Perante a continuação do surgimento de mais casos de pessoas infectadas pelo coronavirus, na sua maioria trabalhadores e pessoas pobres, estando o país na segunda posição do ranking europeu quanto a aumentos, e na sua maioria na região de Lisboa, o governo entendeu endurecer as medidas de distanciamento social, incluindo medidas punitivas, consideradas ainda insuficientes pelos partidos de direita, incluindo o PAN dos animais, arvorado em principal apoio do governo. As medidas serão multas e eventual prisão, nomeadamente se houver desrespeito pelas autoridades, uma tendência que reveste já uma feição de sanha persecutória e de criminalização, já revelada na intenção de criminalização de uma festa de aniversário no Algarve. Todas as reuniões sociais com mais de 10 pessoas na região de Lisboa são ilegais, onde se incluem naturalmente as reuniões de carácter político.

Enquanto se criminaliza os acontecimentos sociais, tudo o que signifique reunião ou ajuntamento de pessoas, mesmo ao ar livre, o que faz levantar os cabelos em pé aos governantes e aos políticos do regime, com medo da contestação social ou da rebelião, contudo, aprova-se com pompa e circunstância a realização da fase final da Champions do pontapé-na-bola profissional, que envolve muitos milhões de euros que, na sua grande maioria, revertem para as máfias do futebol, em particular das nacionais, que são mestras em fugir aos impostos e tendo a banca e os partidos como meio de lavagem dos muitos milhões. E não serão apenas os padrinhos do futebol que irão aumentar o património aconchegado em paraísos ficais, já que os clubes que dirigem se encontram em falência notória sem que isso perturbe o governo e em particular o primeiro-ministro Costa e seu ministro das Contas Certas, também os patrões dos hotéis e dos restaurantes irão arrecadar o seu quinhão. Se o acontecimento irá aumentar o número de infectados, provocar o aumento da inflação, ou possivelmente o alarme social, pelos desacatos provocado pelos hooligans que inevitavelmente acompanharão as equipas, isso pouco importa, e até porque estes grupos de extrema-direita, acobertados pelo futebol, são controlados directamente pelas polícias por lhes fazerem geralmente o trabalho sujo.

Mais do que nacional-parolismo, trata-se da subserviência por parte das “nossas” principais figuras de Estado aos senhores do dinheiro da Europa, no caso, aos donos do futebol, que dominam os estados que se submetem às suas leis e interesses, e dos grupos económicos em geral, que usam o futebol para fomentar os seus negócios; sendo o próprio futebol um meio privilegiado para lavagem de dinheiro de proveniência mais do que duvidosa. Na cerimónia já referida estiveram o PR Marcelo, o PM Costa, o PAR Rodrigues, dois ministros e um secretário de Estado e o PC de Lisboa, para além, como é óbvio, do representante legal da máfia. A decisão de enviar para Portugal a fase final dos jogos foi elogiada por toda a imprensa corporativa e apresentada pelos governantes e políticos como prova do reconhecimento do sucesso do combate à pandemia, e agora, alguns dias depois, desmentido pelo grande número de novos casos de infectados e pela proibição por parte de alguns estados de entrada de cidadãos portugueses. O ridículo já faz parte do curriculum da nossa burguesia e dos seus funcionários de turno na governação.

Não foi por mero acaso que outros países, onde o futebol profissional possui uma maior representação em termos de número de equipas e de praticantes ou de dinheiro envolvido, não aceitaram realizar a Final do negócio dos milhões, não quiseram ficar com o “lixo” e então enviaram-na para o nosso país, as nossas elites ficaram então todas contentes e é para isso que são pagas. De igual modo não se colocou qualquer objecção quanto à realização de Web Summit que se irá realizar este ano, acontecimento que tem trazido a Portugal muitas dezenas de milhar de indivíduos da classe média, e com algum poder de compra, que vêm para cá fazer turismo sexual e gastronómico. São muitos milhões a entrar para o “país”, mas é com certeza para o país dos patrões do sector do turismo, por outro, os políticos e governantes do regime não deixarão de receber a devida comissão, com a inutilidade do presidente da câmara de Lisboa sentada no primeiro lugar da fila.

Se por um lado, se faz tudo para se encher os bolsos da burguesia indígena, e não iremos falar dos 1200 milhões de euros que irão ser entregues aos acionistas privados da TAP, ou a outras burguesias, e também nos iremos abster de comentar o sorvedouro sem fundo do Novo Banco pertencente ao fundo abutre norte-americano Lone Star; pelo outro, intensifica-se a repressão sobre os trabalhadores, por enquanto ainda disfarçada, e fomenta-se a bufaria entre as pessoas do povo, como ficou bem expresso na prisão de um jovem, acusado de estar infectado e andar na rua, por parte de um grupo de moradores armados em justiceiros, tendo-o amarrado a um varandim e posteriormente entregue à polícia. Aconteceu no Bairro Padre Cruz, bairro social pelo menos na sua origem, note-se, em Carnide, Lisboa. É disto que a burguesia gosta, pôr parte do povo contra outra, enquanto que disfarçadamente vai entregando muitos milhões aos mais ricos de Portugal: Grupo Amorim fica com maior fatia de apoio para substituir eucaliptos por floresta resiliente, são 438 mil euros, através de uma sua empresa, por sua vez, detentora da herdade no Tejo Internacional, no quadro do financiamento de 1,46 milhões de euros do Fundo Ambiental para 2020.

Os factos valem por mil palavras, é o que se sói dizer, são os milhões de euros dados de mão beijada aos capitalistas, dinheiro extorquido directa ou indirectamente da carteira do povo contribuinte, e são os casos em que o país funciona como o depósito do lixo da Europa, são os desperdícios de alumínio, produto altamente tóxico e contaminante, mais de 3o mil toneladas depositadas há muitos anos em Setúbal, e que ninguém (!?) sabe a quem pertence. Parte desse lixo foi importado da Suíça pela Metalimex para tratamento, empresa subsidiária de uma outra empresa alemã, que nunca chegou a funcionar. Em Portugal o crime compensa desde que cometido pelos ricos e grandes grupos económicos, que actuam sempre na maior das impunidades; e os casos abundam, foi o Ricardo Salgado que ainda se encontra em liberdade, o que não admira já que o homem subornou toda a gente, desde políticos a jornalistas, e agora o ex-ministro da Saúde do Cavaco, Arlindo de Carvalho, e o seu sócio José Neto, que entregaram ao Estado 22 milhões de euros, 10 milhões em dinheiro e o restante em outros valores, para não cumprirem uma pena de seis anos de prisão, após terem sido acusados de burla no montante de 80 milhões de euros, no caso BPN, o banco da máfia laranja e chefiada pelo próprio Cavaco, e através, o que não deixa de ser importante pelo seu significado, de um acordo confidencial. As trafulhices, os contratos, os acordos, lesivos dos dinheiros do Estado, são sempre confidenciais! Ou como se comprova que esta gente vem para a política somente para enriquecimento pessoal. No caso referido, o crime mais que compensou, roubaram 80 milhões e pagaram uma “multa” de 22 milhões.
Ah, outra nota que não deixa de ser curiosa, o líder de uma organização internacional que se dedicava ao tráfico de seres humanos e recentemente desmantelada pela polícia espanhola (não pela portuguesa) tinha residência habitual em Portugal. Muito possivelmente ao abrigo de algum Visto Gold (Golden Visa), porque não consta que o homem estivesse ilegal já que é cidadão centro-africano.

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